HCI Blog

Os melhores atletas usam coaches. Por que não os CEOs?

Os melhores atletas dependem rotineiramente da ajuda de seus treinadores (ou melhor, coaches) para melhorarem cada vez mais as atividades que eles já realizam bem. Já os CEOs, nem tanto, apesar de serem considerados os melhores em suas respectivas áreas.

Aproximadamente dois terços dos CEOs não recebem coaching nem conselhos sobre liderança de consultores externos de acordo com o estudo realizado pelo Center for Leadership Development and Research na Stanford Graduate School of Business, Stanford University’s Rock Center for Corporate Governance, e o Miles Group.

Maioria dos CEOs dizem que aceitariam receber uma perspectiva externa para avançarem com o seu desenvolvimento pessoal. Aproximadamente 43% dos CEOs entrevistados classificaram as habilidades de gerenciamento de conflitos como a de maior preocupação em suas áreas. Logo atrás aparece o compartilhamento de liderança (36%), habilidades de comunicação e escutar (32%) e habilidades de planejamento (25%).

CEOs não veem tanta necessidade em trabalhar seus aspectos mais pessoais. Na parte mais baixa da lista encontram-se : compaixão (18%),  habilidades interpessoais e persuasão (14%), e motivação (11%).

“É preocupante que tantos CEOs estão ‘trabalhando sozinhos,” diz Stephen Miles, CEO do Miles Group. Miles explica porque tão poucos CEOs tem coaching de liderança e a melhor combinação de habilidades do aspecto profissional e pessoal:

Aproximadamente dois terços dos CEOs entrevistados não recebem ajuda externa em coaching de liderança mas praticamente todos dizem que querem orientação. O que está impedindo eles?

Existe ainda um estigma residual quanto ao coaching, atribuindo à atividade a característica de que ela seja “remedial”, estando em contraponto a uma coisa que melhore a performance, similar a como um atleta de elite utiliza um coach. Mas não existem se quer um atleta que não tem um coach, sendo que o mais interessante é que os melhores coaches do mundo geralmente não foram os melhores jogadores. CEOs  não devem ter insegurança quanto a isso, deveriam ver coaching como uma ferramenta para melhorar aquilo que já é considerado de alta performance.

Por que os CEOs são mais interessados em desenvolver habilidades de manejamento de conflitos e delegação?

A habilidade de um CEO compartilhar liderança e delegar refere-se ao desenvolvimento de um design organizacional que otimize a equipe toda. Através da criação de estrutura de liderança complementar eficaz – que agregue membros da hierarquia superior – os CEOs podem maximizar o todo e ganhar mais impulso.Os CEOs que acertarem isso com as pessoas corretas em volta podem se destacar tremendamente.

As habilidades “pessoais” estão bem embaixo na lista de desenvolvimento pessoal. Isso deveria ser um alerta para os Conselhos das empresas? Tais habilidades tem lugar nas ferramentas que um CEO precisa?

Implementar essa estrutura complementar de liderança vai ao encontro de coaching e do desenvolvimento de pessoas – o que alguns consideram habilidades desnecessárias. Mas como muitos dos líderes de sucesso não são naturalmente os melhores coaches, aprender algumas ferramentas básicas e diretrizes para o aumento da eficiência deles como coaches auxiliará muito no fortalecimento de desenvolvimento da equipe – e tem um efeito positivo na retenção de talentos.

Os desafios para o CEO é que coaching tem algumas nuances: o objetivo não é fazer alguém se sentir mal sobre si mesmo mas sim fazer com que a pessoa acorde de manhã e esteja empenhado em tentar alguma coisa nova ou fazer algo de forma diferente do tradicional.

Existe um equilíbrio entre as habilidades “pessoais” e as habilidades “empresariais” que os CEOs devem buscar?

O gerenciamento de conflitos, na verdade, é uma combinação desses diferentes tipos de habilidades e são críticos para o exercício do papel de CEO. Todas as decisões que o CEO toma irão agradar a alguns e desagradar a outros. Quando o CEO evita um conflito, isso pode enfraquecer a organização inteira: decisões não são feitas e problemas acumulam, criando um efeito dominó de comportamentos contraproducentes abaixo da linha hierárquica da organização.Mas conflitos não devem ser evitados. Um CEO que é capaz de administrar e canalizar conflitos de forma construtiva conseguem chegar à raiz do problema, causar rigorosidade no comportamento da equipe e finalmente nortear uma resolução positiva.Logo, cultivando essa habilidade pode resultar em uma ferramenta poderosa para auxiliar à toda organização.

FONTE: Bloomberg Businessweek